A INDÚSTRIA DE BEBIDAS E O SEU POTENCIAL
A indústria brasileira de bebidas é exemplo de uma indústria tradicional que conseguiu aproveitar bem as oportunidades geradas pelo crescimento econômico brasileiro e pela emergência de uma nova classe de consumo no país. Conhecendo o conjunto econômico favorável, as organizações do setor investiram em capacidade produtiva, alcançaram ganhos de produtividade e expandiram a variedade de produtos oferecidos ao mercado.
Cervejas e refrigerantes correspondem por quase 80% do volume produzido e por cerca de 75% das vendas da indústria de fabricação de bebidas (baseado em dados do IBGE-PIA, em 2017).
A fabricação de cervejas e refrigerantes é centralizada principalmente em grandes companhias, que produzem em larga escala, concorrem via marca e sustentam as margens de lucro por meio de ganhos de produtividade. Entretanto, há um crescente segmento no qual predominam empresas pequenas e médias que destacam a diferenciação como forma de concorrência, apresentando produtos premium ou segmentando com características regionais.
O mercado dos refrigerantes é bem mais extenso do que imaginamos, indo muito além daquelas marcas famosas espalhadas pelo mundo. O Brasil tem uma grande extensão territorial e cada região tem suas particularidades. Os refrigerantes regionais, muitas vezes, são conhecidos apenas em um estado. Porém, mesmo com essas barreiras geográficas, alguns acabam se sobressaindo e ganhando fama nacional.
Outra indústria importante é a empresa de Engarrafamento de Água Mineral, que realiza o trabalho de captação e engarrafamento de água mineral. Água subterrânea procedente de águas de superfície que se infiltraram no solo e por ele são filtradas, recebendo sais minerais que fornecem valores terapêuticos.
No mercado de cervejas, há elevada concentração de empresas no setor, com acirrada rivalidade entre os competidores. Essa indústria tem como tendência mundial fusões, aquisições e licenciamentos de marcas entre as companhias.
A fabricação da indústria brasileira de bebidas é destinada quase exclusivamente ao consumo interno, com baixa penetração de importações. O clima tropical e seu contingente populacional, com boa parte de jovens, beneficiam o consumo de bebidas geladas, sendo o crescimento da renda das famílias a principal variável a influenciar modificações nas vendas da indústria.
As mudanças socioeconômicas ocorridas no Brasil, especialmente o crescimento com distribuição de renda e a emergência da chamada nova classe média, colaboraram para o bom desempenho proporcionado pelo setor de bebidas do país no passado recente. Para que esse cenário se mantenha, a indústria de bebidas conta com oportunidades de crescimento, como a diferenciação dos produtos e a experiência do consumo. As cervejas especiais e as cachaças artesanais são exemplos de possíveis fronteiras de expansão das receitas do setor.
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